"[Tito 3:3] Porque também nós éramos outrora
insensatos, desobedientes, extraviados, servindo
a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e
inveja odiosos e odiando-nos uns aos outros.
[Tito 3:4] Mas quando apareceu a bondade de Deus,
nosso Salvador e o seu amor para com os homens,
[Tito 3:5] não em virtude de obras de justiça
que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou mediante o lavar da
regeneração e renovação pelo Espírito Santo,"
O autor de Tito relata uma série de desqualificações de caráter e de procedimentos dos seus professos, advindos de outros tempos, que tanto pode ser daquela mesma geração como de existências anteriores; todavia, posto que diz agora salvos pelos procedimentos da reencarnação, obviamente se trata de erros cometidos em vidas passadas.
Sob a óptica cristã, analisada as ocorrências, a reencarnação não somente está mencionada nos textos bíblicos, como também plenamente aceita pelos judeus e primeiros cristãos, daí a faculdade e crença que espíritos desencarnados podiam também desencadear certos fenômenos de manifestações, positivas ou negativas, diretas ou indiretas, bastando para tanto apenas um veículo intermediário racional entre os mundos físico e extrafísico.
Certos textos foram adulterados, outros suprimidos ou substituídos, alguns ainda bastante fáceis de serem localizados e esclarecidos à luz das próprias Escrituras.
Jesus comunica-se com os "mortos"
Mateus 17:1 a 8 nos traz uma sessão de comunicação, materializando-se os espíritos, sendo Jesus encarnado o partícipe principal do evento. O verso 3 é bastante claro:
"[Mateus 17:1] Seis dias depois, tomou Jesus consigo
a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu
à parte a um alto monte;
[Mateus 17:2] e foi transfigurado diante deles; o seu
rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes
tornaram-se brancas como a luz.
[Mateus 17:3] E eis que lhes apareceram Moisés e
Elias, falando com ele.
[Mateus 17:4] Pedro, tomando a palavra, disse a
Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres,
farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para
Moisés, e outra para Elias.
[Mateus 17:5] Estando ele ainda a falar, eis que
uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma
voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo; a ele ouvi.
[Mateus 17:6] Os discípulos, ouvindo isso, cairam com o
rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados.
[Mateus 17:7] Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os,
disse: Levantai-vos e não temais.
[Mateus 17:8] E, erguendo eles os olhos, não
viram a ninguém senão a Jesus somente. "
João Batista, a reencarnação de Elias
Malaquias 4:5, Antigo Testamento, informa o envio do profeta Elias a terra, como precursor de Jesus: “Eis que vos envio o profeta Elias, antes que venha o terrível e grande dia do Senhor”.
O anúncio da vinda de Elias, informando da missão do profeta, para que o povo pudesse reconhece-lo e saber estar próxima a vinda do filho de Deus. Elias era de fato esperado pelos judeus, desde a promessa em Malaquias, como precursor do Cristo.
Julgaram encontra-lo em João Batista, mas o batizador respondeu que não era ele o Elias que havia de vir, nem mesmo um profeta. Alguns estudiosos espíritas acreditam que João Batista não se lembrava de sua encarnação anterior, outros que ele ainda não tinha consciência de sua missão, e aqueles em defesa que a modéstia fez João responder daquela forma.
Por que dizem então os escribas que é
necessário que Elias venha primeiro?
[Mateus 17:11] Respondeu ele: Na verdade
Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;
[Mateus 17:12] digo-vos, porém, que Elias já veio,
e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o
que quiseram. Assim também o Filho do homem
há de padecer às mãos deles.
[Mateus 17:13] Então entenderam os discípulos
que lhes falava a respeito de João, o Batista.
Falara de João Batista morto recentemente a mando de Herodes
Os espíritas se apegam a estes textos em Mateus, para a comprovação da doutrina da reencarnação, como reconhecimentos pronunciados pelo próprio Jesus, que significam Elias renascido em João Batista.
Porém, os cristãos que condenam a doutrina espírita como antibíblica, apresentam uma série de argumentos com intenções de descaracterizar aqueles textos e, conseqüentemente, dar significados diferentes às palavras de Jesus. Eis o que dizem: "Não existe na Bíblia a palavra reencarnação, Jesus não a pronunciou."
Reencarnação é uma palavra moderna, do século XIX, portanto não poderia figurar como tal nas páginas da Bíblia, e Jesus não a disse mesmo em momento algum. O que Jesus pronunciou foi renascimento, ser gerado de novo, exatamente com o mesmo significado de reencarnação, ou seja, nascer novamente.
Necessário vos é nascer de novo.
"Palingenesia" é a palavra grega para reencarnação em português, e ela consta de alguns textos bíblicos no antigo e novo testamento, embora sempre posta nas traduções ou versões, como recriação ou regeneração.
Deve-se atentar que os cristãos não reencarnacionistas não admitem a pré-existência da alma, ou seja, que a alma é criada no exato momento da concepção. Jeremias 1:5, no entanto, diz textualmente ser conhecido antes mesmo do ato da sua fecundação, o que só pode significar pluralidade de vidas. "[Jeremias 1:5] Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta."