quinta-feira, janeiro 29, 2009

Diferenças sociais criam "seres invisíveis"

"invisibilidade pública", revela como pessoas passam a ser vistas como objetos

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado a "invisibilidade pública". Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são "seres invisíveis, sem nome". Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

"Descobri que um simples bom dia,
que nunca recebi como gari,
pode significar um sopro de vida,
um sinal da própria existência"
,
explica o pesquisador.


O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. "Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro.

Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: "E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?" E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari? Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou? Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma "COISA".

Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!


Fonte
Mensagem recebida por e-mail.

domingo, janeiro 25, 2009

Quem foi Daniel Dunglas Home

O escritor do livro "Lights and Shadows of Spiritualism"

Nasceu em 20 de Março de 1833 e morreu em 21 de Junho de 1886 de tuberculose.

D.D. Home ficou famoso como médium devido a sua relatada habilidade de levitar até várias alturas, esticar-se e manipular fogo e carvões em brasa sem se machucar.

Vale ressaltar que Home não era espírita (é bom explicar isso, pois algumas pessoas acham que para ser médium é preciso ser espírita), ele foi sucessivamente metodista, congregacionalista e católico, terminando na Igreja Ortodoxa Grega.

Quando fez nove anos, ele foi levado com sua tia e seu tio para os Estados Unidos. Em 1850 sua mãe morreu e em breve a casa de sua tia começou a ser perturbada com batidas semelhantes às que tinham ocorrido dois anos antes na casa das Irmãs Fox.

Sua tia, com medo de o menino ter feito entrar o demônio em casa, expulsou o jovem Home, o que fez com que ele se visse vagando pelo país, parando nas casas dos amigos que queriam ver suas habilidades como médium. Esse modo de vida iria durar por mais de 20 anos, uma vez que ele nunca pediu dinheiro para as suas sessões, apesar de ter sempre vivido muito bem com os presentes, as generosas doações e a hospedagem que recebia de seus muitos admiradores ricos.

Há aparentemente duas razões pelas quais Daniel Home se recusava a receber pagamento direto: a primeira é que ele se via como em uma "missão para demonstrar a imortalidade" e a segunda, a que ele queria interagir com seus clientes como entre um cavalheiro e outro e não como um empregado deles.


Fenômenos

Daniel Home fazia sessões para pessoas notáveis a plena luz do dia e produzia fenômenos tais como mover objetos à distância.

Sua fama cresceu, impulsionada particularmente pelos seus extraordinários feitos de levitação. William Crookes alegou saber de mais de 50 ocasiões nas quais Home tinha levitado, muitas das quais a uma altura de um metro e meio a dois metros do solo e "a plena luz do dia".

Talvez os feitos mais comuns fossem como esse, relatado por Frank Podmore: "Todos o vimos elevar-se do chão até uma altura de um metro e oitenta, ficar lá por cerca de dez segundos e, depois, descer vagarosamente".

Uma das levitações mais famosas de Home ocorreu diante de três testemunhas, Home teria levitado para fora de uma janela de um quarto em um terceiro andar e entrado de volta pela janela do quarto ao lado.


Investigações

De acordo com Arthur Conan Doyle, Home era raro pelo fato de possuir poderes em quatro tipos diferentes de mediunidade: voz direta (a habilidade de deixar os espíritos falarem de forma audível); psicofonia (a habilidade de deixar os espíritos falarem através de si); clarividência (a habilidade de se ver coisas que estão fora de vista); e mediunidade de efeitos físicos (mover objetos à distância, levitação, etc).

Home suspeitava de qualquer médium que alegasse possuir faculdades que ele não possuia, e ele taxava esses médiuns como fraudulentos. Uma vez que os médiuns de materialização sempre trabalhavam em locais escurecidos, Home cobrava que todas as sessões fossem feitas à luz do dia.

Entre 1870 e 1873, William Crookes conduziu experimentos para determinar a validade dos fenômenos produzidos por três médiuns: Florence Cook, Kate Fox e D.D.Home. O relatório final de Crookes (1874) concluiu que os fenômenos produzidos pelos três médiuns eram genuínos, um resultado que foi alvo de ironias pela bancada científica. Crookes registrou que ele controlou e segurou Home colocando seus pés em cima dos dele.

Naturalmente, foi amplamente suspeito de fraude, sobre as maneiras com as quais Home teria iludido seus assistentes, que tinha um companheiro constante que sentava do lado oposto a ele durante as suas sessões, mas jamais foi comprovada qualquer uma das acusações.


Lights and Shadows of Spiritualism

D.D. Home escreveu alguns livros, mas o mais famoso é este: Ligths and Shadows of Spiritualism (que é traduzido de forma errada como “Luzes e sombras do Espiritismo”, quando sua real tradução é “Luzes e Sombras do Espiritualismo”).

Neste livro D.D. Home relata vários casos de falsos médiuns, mas o que mais chama atenção neste livro é uma suposta mensagem recebida por ele, de Allan Kardec, logo após o desencarne do mesmo. E ainda, uma outra suposta mensagem enviada por Kardec ao médium M. Morin, também após seu desencarne.

No livro, consta o seguinte texto:

    “...I received, in presence of the Earl of Duraven, the Viscount Adare, a message saying: “I regret to have taugth the spirite doctrine. Allan Kardec”...I could not, on receiving it, at first credit the above message.”
Traduzindo:

    “...Eu recebi, na presença do Conde de Duraven, o Visconde Adare, uma mensagem dizendo: “Lamento ter criado a doutrina espírita. Allan Kardec”...Eu não poderia, ao recebê-la, dar crédito a mensagem.”
Mas então, Home diz que foi interrompido em sua conversa com o Lord Adare, pois M.Morin havia recebido também uma mensagem póstuma de Kardec, em que dizia (não vou colocar o texto em inglês devido o tamanho, mas esta é a tradução do mesmo):


    "Durante os últimos anos de minha vida, eu busquei cautelosamente manter em segundo plano todos os homens de inteligência que mereciam estima pública, os quais eram investigadores da ciência do Espiritismo e poderiam ter tomado por si uma parte dos créditos que eu desejei apenas para mim.

    Não obstante, muitos destes, ocupando posições altas na literatura e na ciência, teriam ficado perfeitamente satisfeitos, ao dedicarem-se ao Espiritismo e terem brilhado no segundo grau; mas, em meu medo de ser eclipsado, preferi permanecer sozinho na liderança do movimento, ser ao mesmo tempo o cérebro pensador e o braço de ação.

    Sim, eu reconheço a minha culpa se o Espiritismo nos dias atuais não soma em seus postos nenhum daqueles campeões - príncipes da língua ou do pensamento; comigo, o homem (ou minha humanidade) superou minha inteligência.

    Enquanto eu sustentei o Espiritismo, conforme eu o concebia, pareceu-me como tudo o que a humanidade poderia imaginar de mais importante e mais vasto; minha razão estava confusa.

    Agora que, livre do invólucro material, eu assisto a imensidão dos mundos diferentes, pergunto-me como pude ter me vestido no manto, como isso era, de um semideus; acreditando-me ser um segundo salvador da humanidade. Orgulho monstruoso que eu amargamente lamento.

    Eu agora vejo o Espiritismo, como eu o imaginava, tão pequeno, tão contraído, até sobre as perfeições que deveriam se atingir. Levando em consideração os resultados produzidos pela propagação das idéias espíritas, o que eu agora vejo?

    O Espiritismo arrastou-se para a profundidade mais baixa do ridículo, ficou representado apenas por personalidades fracas, as quais me esforcei demais para elevar.

    Eu, buscando fazer o bem, incitei muita produção aberrativa apenas do mal. Mesmo agora conforme a filosofia está relacionada a tão pequenos resultados! Para poucas inteligências isso foi alcançado, quantos estão desavisados de sua existência!
    De um ponto de vista religioso, nós encontramos o supersticioso partindo de uma superstição apenas para cair em outra. Conseqüências de meu egoísmo.

    Não tivesse eu não mantido todas as inteligências superiores na sombra, o Espiritismo não seria representado, como a maioria de seus seguidores, por adeptos tirados do meio das classes operárias, as únicas onde minha eloqüência e meu saber poderiam ter acesso.

    Allan Kardec"


Agora, vamos aos fatos:

1.) D.D. Home foi inegavelmente um médium de fenômenos físicos incontestáveis, visto que até mesmo Kardec faz referência a ele: “Seguramente, se alguém fosse capaz de vencer a incredulidade por efeitos materiais, este seria o senhor Home. Nenhum médium produziu um conjunto de fenômenos mais surpreendentes, nem em melhores condições de honestidade.” (Allan Kardec – Revista Espírita de 1863, mês de setembro.)

2.) Home deixa claro que ao receber a mensagem, não queria dar crédito à ela em um primeiro momento, mais tarde, quando recebeu a mensagem de M. Morin, achou mais “convincente” do que a que ele havia recebido: “To say the least it is reasonable, and bears the impress of truth.”. O que significa: “Para dizer o mínimo, é razoável, e ostenta a impressão de ser verdade.”. Ou seja, Home não disse que a mensagem era, realmente, de Kardec e sim, que dava a impressão de ser verdadeira. Conclusão, ninguém afirmou nada.

3.) O teor de ambas as mensagens é discutido largamente até hoje pelos incrédulos da Doutrina Espírita e são muito utilizadas para atacar os seguidores da Doutrina. O que é incoerente neste caso, visto que, os incrédulos da Doutrina não reconhecem a comunicação entre encarnados e desencarnados como algo real, muito menos os fenômenos produzidos por D. Home. Mas, acreditam que Kardec tenha mandado uma mensagem póstuma. Ou seja, não acreditam nos fenômenos de Home, mas acreditam em sua mediunidade quando a mensagem interessa (para atacar a Doutrina).

4.) Algumas pessoas costumam dizer que a mensagem escrita por Home não é póstuma, dizem que Kardec conversou com Home no minuto que antecedeu à sua morte, então vejamos o que Home diz:

    “I can testify to the fact that, before I knew, or could have any possibility have known, of his passing from earth, I received, in presence of the Earl of Duraven, the Viscount Adare, a message saying: “I regret to have taugth the spirite doctrine. Allan Kardec”.
Traduzindo:

    “Eu posso testemunhar o fato de que, antes que eu soubesse, ou de que houvesse qualquer possibilidade de saber, sobre sua passagem da terra , eu recebi, na presença do Conde de Duraven, o Visconde Adare, uma mensagem dizendo: “Lamento ter criado a doutrina espírita. Allan Kardec”.
Ou seja, ele diz claramente que não sabia da morte de Kardec.

E, para não deixar dúvidas que ele ainda não sabia da morte de Kardec, vamos completar com mais uma passagem onde ele diz:

    “By comparison of the minute of this ocurrence with the minute of his passing away, the interval between the two was found so short as utterly to preclude the idea that even a telegram could have reached me regarding his departure from earth.”.
Traduzindo:

    “Comparando o minuto dessa ocorrência (o recebimento da mensagem) com o minuto de sua passagem, o intervalo entre as duas foi considerado tão pequeno que exclui totalmente a idéia de que sequer um telegrama teria sido enviado avisando-me de sua partida da terra.”
E ainda diz que a doença de Kardec não se manifestou antes de sua morte (Kardec morreu de aneurisma cerebral), por isso, não havia nem como ele saber que Kardec estava para morrer.

Se ele, afirma ter recebido uma mensagem póstuma, o que dizer de Morin que chegou ainda depois desse fato dizendo ter recebido uma suposta mensagem de Kardec.

5.) Já sabemos que ambas as mensagens são póstumas, resta saber se são realmente de Kardec, que é isso o que interessa. Aos que dizem não acreditar em cominucação entre encarnados e desencarnados, não dá mais para negar. Então, ou se admite que a comunicação existe e aí sim, pode-se entrar na discussão de as mensagens serem ou não de Kardec, ou não se acredita em nada disso e ponto final. Por que, dizer que não acredita, mas se utilizar dessas mensagens póstumas para denegrir a doutrina é denegrir a própria imagem.

Por que resta saber se as mensagens são mesmo de Kardec? Ora, se nem mesmo quem as recebeu deu crédito as mesmas o que dizer de nós que apenas as lemos em um livro do século XIX? Sim, porque hoje um médium de credibilidade deve estudar muito e não se deixar enganar por um espírito de nome famoso. Há muito o que estudar e aprender antes de se tornar um médium de credibilidade.

Não estamos duvidando da veracidade dos efeitos produzidos por Home, nem há do que dúvidar, mas vejam o que Kardec diz a respeito do mesmo, neste trecho: “É uma missão que aceitou; missão que não está isenta nem de tribulações e nem de perigos, mas que cumpre com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito de sua mãe, seu verdadeiro anjo guardião.” (Allan Kardec – Revista Espírita de 1858, mês de fevereiro).

Por que Kardec disse que sua missão não estava isenta de tribulações e nem de perigos? Por que Home não estava livre da presença de espíritos pertubados. E, se ainda hoje existem encarnados e com certeza, desencarnados querendo denegrir a imagem do Espiritismo, o que dizer naquela época em que ele estava começando a ser difundido? Com certeza havia uma grande soma de espíritos trabalhando em conjunto esperando uma boa oportunidade para agir.

Vejamos então, o que Kardec nos diz no Livro dos Espíritos sobre este assunto: "Um fato demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados."

E ainda, quando Kardec pergunta se os espíritos da terceira categoria são todos essencialmente maus, recebe como resposta: “Não; uns há que não fazem nem o mal nem o bem; outros, ao contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando se lhes depara ocasião de praticá-lo. Há também os levianos ou estouvados, mais perturbadores do que malignos, que se comprazem antes na malícia do que na malvadez e cujo prazer consiste em mistificar e causar pequenas contrariedades, de que se riem.” (pergunta 99 de O Livro dos Espíritos)

Autora:
Fabiana F. M.
Para reprodução de qualquer parte do texto, pedir permissão para a autora no e-mail:
fabianaf.munhoz@gmail.com

Referências:
O Livro dos Espíritos (Itens VI, VIII, X, XII da INTRODUÇÃO)
Lights and Shadows of Spiritualism

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Em nome da mãe

Em sua despedida, Arthur narra a emoção de seu encontro com Madre Teresa de Calcutá

"A vida é uma oportunidade, aproveite-a. A vida é beleza, admire-a. A vida é um desafio, enfrente-o. A vida é aventura, arrisque-se. A vida é um mistério, descubra-o."


Contemplava o visual do vale de Katmandu depois de ter passado alguns dias viajando pelo interior do Nepal. Stupas tibetanas (templos budistas), monumentos, palácios, estátuas, templos hindus, casas de chá, peregrinos, vacas, macacos e uma imensidão de riquixás (bicicletas movidas a tração humana) emolduravam o cenário das entranhas das cidades de Patan, Bhaktapur e Pashupatinath. Desde que havia partido do Brasil, uma história se repetia incessantemente nos meus sonhos. Neles, minha mãe, Zezé Tavares, já falecida, manifestava-se e dizia que eu deveria fazer uma visita a Madre Teresa de Calcutá. Tais sonhos praticamente dominavam meu inconsciente. Os pensamentos que abrem este texto são de autoria dessa incansável e maravilhosa criatura. Para situá-lo, essa viagem desenrolou-se no século passado, no ano de 1995. Depois de mais uma noite em que mamãe docilmente pedia que eu fosse à sede da Ordem das Missionárias da Caridade, resolvi partir no dia seguinte para Calcutá.

Imagine desembarcar na caótica capital do estado de West Bengal sem saber se Madre Teresa estava na cidade ou se encontrava-se em peregrinação pelo mundo. Não conhecia nada por lá. Por pura sorte, detectei uma espanhola que fazia trabalhos como voluntária juntamente com duas irmãs da congregação. Suas primeiras palavras foram que Madre Teresa estava na cidade e que a congregação se localizava no número 54 da Acharya Jagadish Chandra Bose Road, na região de Chowringhee. Peguei um táxi e me aventurei rumo a Sudder Street, onde hotéis e pousadas disputam turistas de todas as partes do planeta.

Calcutá é brutalmente diferente do parque de diversões que é Katmandu. A sujeira, a poluição e a miséria das ruas, por incrível que pareça, me conduziram a um oceano de tranquilidade, humildade e compaixão. Estava "imerso no fluxo". Durante cinco dias, precisamente às 4 horas da manhã, participei dos cultos religiosos na sede da célebre congregação cristã. A missa era ministrada por um padre que destilava simpatia por todos os poros. As irmãs da Ordem, vestindo seus belíssimos saris brancos - que destacam a sua pureza - com frisos em azul - a cor da Virgem Maria -, acompanhavam-no, rezando os salmos.

Uma missionária me contou que os objetos pessoais de cada uma das irmãs se resumem a um par de sandálias, um pedaço de sabão, um conjunto de roupas íntimas, um prato esmaltado, um colchão, um travesseiro, um par de lençóis e um balde de metal. Completo desapego aos bens materiais. Atualmente, as Missionárias da Caridade somam 3 mil freiras e 400 irmãs, espalhadas por 87 países e 160 localidades. No Brasil, sua representação está na cidade do Rio de Janeiro.

No último dia em que assisti aos cultos, me dirigi ao padre e perguntei por onde andava Madre Teresa. Com seu imenso sorriso, ele apontou sutilmente para a porta de entrada e uma senhora sentada ao chão. Sim, caríssimo leitor: eu estava diante da presença iluminada de Madre Teresa. Meus lábios emudeceram e gentilmente estendi minha mão. Ela se apoiou, levantou-se suavemente e me abençoou. Perguntou de onde eu vinha e abri meu coração, dizendo que estava ali por admiração a tudo que ela fizera e faria e por uma série de sonhos nos quais minha mãe pedia para que eu fosse a Calcutá. Madre Teresa colocou suas imensas mãos sobre a minha cabeça e algo conectou-se com meu espírito. Na noite seguinte, sonhei novamente com minha mãe, que sorria e brincava em um campo repleto de girassóis.

Madre Teresa nasceu na cidade de Skopje, na República da Macedônia, em 27 de agosto de 1910. A mudança de seu nome para Teresa foi uma homenagem à monja francesa Teresa de Lisieux, mais conhecida como Santa Teresinha. A religiosa morreu no dia 5 de setembro de 1997, aos 87 anos de idade, vitima de uma parada cardíaca. Em 17 de outubro do mesmo ano, foi agraciada com o Nobel da Paz. No dia 19 de outubro de 2003, João Paulo II beatificou-a em um dos processos mais rápidos da história da Igreja.

Esta é minha última coluna para a revista Galileu. Mas, muito provavelmente, voltarei às suas páginas em outras encarnações no futuro. Quem quiser continuar compartilhando minhas peregrinações e experiências pelo mundo pode mandar um email para o endereço arshiva@terra.com.br

Namastê.

Fonte
http://revistagalileu.globo.com/

sábado, janeiro 17, 2009

SNI investigou óvnis durante a ditadura

Forças Armadas têm relatos de objetos voadores desde 1952

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


"Um objeto luminoso, que fazia evoluções em alta velocidade sobre a parte frontal da cidade de Colares [no Pará]" foi visto pelo menos duas vezes, há pouco mais de 30 anos, nos dias 16 e 22 de outubro de 1977. "A forma do objeto era cilíndrica, quase cônica", diz um relato pormenorizado. Um desenho rudimentar dessa suposta espaçonave interestelar completa a descrição do episódio.

O documento relatando esse caso não foi produzido por aficionados de objetos voadores não-identificados, ou OVNIs, como se convencionou chamar esse tipo de visão celeste.

Trata-se de um trecho de um informe oficial do governo. Tem 86 páginas, é classificado como "confidencial" e saiu do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), o órgão de espionagem da ditadura militar (1964-1985) -hoje sucedido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

O SNI participou parcialmente de uma missão comandada pela Aeronáutica nos Estados do Pará e do Maranhão, no final de 1977 e início de 1978. O serviço secreto brasileiro era então comandado pelo general João Batista de Figueiredo. Em 1979, ele se tornaria o último presidente militar antes da redemocratização do país.

Quando o SNI tomou parte dessa operação de caça a OVNIs, o regime autoritário já entrava em sua fase crepuscular. O Brasil estava menos convulsionado. O governo havia sufocado os focos de esquerda mais radicais. O "milagre econômico" era coisa do passado, mas o país ainda crescia a taxas anuais de 5%. Os órgãos de segurança estavam mais livres para procurar novos inimigos a combater.

Em meados de 1977, os jornais do Pará e do Maranhão traziam insistentes relatos sobre "luzes misteriosas, causadoras de mortes e alucinações". Pessoas em contato com o fenômeno apresentavam sintomas de "paresia [paralisia incompleta] generalizada, hipetermia, cefaleia, queimaduras superficiais, calor intenso, náuseas, tremores do corpo, tontura, astenia [fraqueza] e minúsculos orifícios na pele".

A Aeronáutica não titubeou. Mobilizou homens e recursos para uma missão. Num ato de humor involuntário, batizou a empreitada para buscar discos voadores com o nome autoexplicativo de Operação Prato, segundo relato do SNI. Além dos agentes do serviço secreto e dos oficiais da Aeronáutica, houve também algum tipo de colaboração da Marinha, coletando histórias com pescadores locais. A ideia era comprovar se havia OVNIs na região litorânea entre o Pará e o Maranhão. Os agentes se dividiam em turnos. Faziam vigílias noturnas até o dia amanhecer em lugarejos pouco povoados.

O documento do SNI é apenas um extrato do que está na Aeronáutica e permanece em segredo. O esforço dos "observadores" militares às vezes resultava em nada. Por exemplo, no dia 27 de outubro de 1977:

  • "1h15 - Observadores instalados no alto da caixa d'água";
  • "4h05 - Populares observam o deslocamento de uma intensa "luz" ao nível das árvores (Roberto), informam aos observadores postados na caixa d'água (30 a 40 m de altura) ao nível do topo das árvores, nada observado. Restante do período, nada a relatar".

Quando raiava o dia, descanso. Sucessivos relatos dos militares da Operação Prato começam assim: "6h30 - descanso até as 14h".

Eles dormiam de dia e trabalhavam à noite. Algumas vezes, a intensa atividade celeste no turno da noite levava o descanso a se estender até as 15h. No dia 5 de novembro de 1977, muitas luzes chamaram a atenção dos oficiais da Aeronáutica na missão de encontrar os OVNIs:

  • "1h00 - Observada "luz" pairando sobre a água no rumo de Joanes/Jobim (PA)";
  • "2h15 - Observada "luz" coloração azulada forte, próxima ao farol de Colares, deslocou-se com velocidade sobre a água para o norte. Observou-se uma luminosidade reflexa sobre a água até as 3h25".

O relatório do SNI não explica o que eram de fato essas luzes. Traz alguns desenhos sugerindo serem naves espaciais. A câmera da marca Minolta modelo SRT-101 usada para fotografar os OVNIs chegou a registrar "uma mancha branca, como se fosse uma luz". Em outra oportunidade, "a revelação mostrou uma mancha preta, como se tivesse queimado o filme".

Em um trecho, fica claro o ceticismo dos militares: "A equipe do 1º Comar [Comando Aéreo Regional] regressou a Belém [PA] mantendo-se reservada com o que foi observado. Não há um consenso entre os membros da equipe sobre o que foi visto, mas parece que essa atitude está intimamente relacionada com o receio de cair no ridículo perante os colegas".


"ET de Varginha" em sigilo

O documento do SNI sobre a missão da Aeronáutica interessada nas coisas do espaço sideral só se tornou público graças a um pedido da CBU (Comissão Brasileira de Ufólogos).

Ufólogo vem de UFO - em inglês, "unidentified flying object", o mesmo que OVNI. Com base num direito garantido pela Constituição do Brasil, os ufólogos pediram acesso a documentos sobre OVNIs guardados pelas Forças Armadas e outros órgãos oficiais do governo federal. O requerimento foi protocolado na Casa Civil da Presidência em 26 de dezembro de 2007.

Em 31 de outubro passado, dez meses depois, chegaram as primeiras 213 páginas de papéis antigos e confidenciais da Aeronáutica. São datados de 1952 a 1969. Na última quinzena do mês passado apareceu o relatório de 86 páginas do SNI, relativo à Operação Prato, de 1977 e 1978. Isso foi tudo.

"É certo que há muito mais a ser revelado. Já apresentamos um novo pedido no dia 5 deste mês e podemos, se for o caso, entrar com um mandado de segurança para que os documentos sejam liberados", diz Fernando de Aragão Ramalho, da comissão dos ufólogos.

Uma das joias mais preciosas para os ufólogos estaria ainda nas prateleiras dos militares sob a classificação de "ultrassecreto": o caso conhecido como o "ET de Varginha", referente a uma aparição nunca confirmada de dois visitantes espaciais à cidade mineira do mesmo nome, no ano de 1996.

À época, segundo relatos coletados pelos ufólogos, o Exército investigou o episódio. No requerimento enviado à Casa Civil, há mais de um ano, são citados 12 oficiais que teriam participado da operação diretamente. O governo ignorou a pergunta sobre o caso "ET de Varginha" e outros.

A Folha entrou em contato com o Ministério da Defesa. Indagou a razão de os ufólogos não receberem resposta específica para as perguntas. O Exército reagiu com um comunicado lacônico. Não nega nem confirma a participação dos 12 militares no caso de Varginha. Também não responde se mantém esse ou outros arquivos em seu poder sobre supostos OVNIs e seres de outros planetas.

Os militares finalizam afirmando que o "prazo de sigilo de documentos" está regulado pelo decreto 4.553, de 2002. Há uma imprecisão nessa resposta. Esse decreto, editado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, fixava em 50 anos o prazo máximo para certos papéis serem mantidos longe do público. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o decreto 5.301, em 2004, reduzindo esse período para 30 anos. Em ambos os casos, o sigilo pode ser renovado indefinidamente, até a eternidade.

Mas, mesmo sem revelar o que o Exército tem arquivado a respeito do caso "ET de Varginha", os documentos oficiais divulgados até agora pelo governo mostram que autoridades brasileiras tiveram interesse e investigaram OVNIs ao longos dos últimos quase 60 anos.

O estudo mais curioso é de 1969. Foi supervisionado por um organismo da Aeronáutica: o Sioani (Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não-Identificados). Funcionários do Sioani entrevistavam pessoas em várias partes do Brasil para coletar informações sobre aparições de possíveis alienígenas. Classificavam os informantes de maneira meticulosa, inclusive os que apresentavam "psicopatologia definida" e "desvio de personalidade".

Ao final, 63 desenhos ilustram o que seriam os OVNIs avistados pelos brasileiros no final dos anos 60. Essa galeria de rabiscos produzidos pela Aeronáutica remete a imagens comuns em séries de TV da época, como "Os Jetsons" e "Perdidos no Espaço". Em dois casos, a nave espacial desenhada tem nítida influência de um automóvel esportivo popular no Brasil daquele período. Tem o "formato de Karmann-Ghia", afirma o documento.


Caso mostra como regra de acesso a dados públicos é frágil

Mais do que mostrar um aspecto pitoresco das atividades secretas na ditadura militar, os casos de discos voadores investigados pelo SNI e pelas Forças Armadas revelam a fragilidade do sistema de classificação, conservação e divulgação de documentos públicos no Brasil.

A Comissão Brasileira de Ufólogos solicitou acesso aos documentos sobre OVNIs em 26 de dezembro de 2007. Recebeu a primeira resposta parcial em outubro de 2008. E alguns documentos de relevância foram liberados só em dezembro.

Muitos dos documentos requeridos pela CBU continuam em sigilo. Não há resposta satisfatória do governo se algum dia serão liberados. É o caso do episódio popularmente conhecido como "ET de Varginha", ocorrido na cidade mineira de mesmo nome, em 1996.

O Exército investigou o episódio, segundo o pedido de informações da CBU. O Ministério da Defesa e o Exército nunca responderam. "Na dúvida, o burocrata sempre suprime informação. Prevalece no país uma cultura de sigilo, não importando a relevância do documento em questão", diz Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil.

O Brasil não tem uma lei ampla que facilite o acesso da população a informações produzidas pelo Estado. Mais de 60 países já têm essa legislação.

A Constituição garante o direito de acesso a informações públicas, mas o Congresso nunca regulou o dispositivo. A lei mais recente que trata do tema é a 11.111, de 2005. Patrocinada pelo governo Lula, ela aborda extensivamente as regras de sigilo e muito pouco o sistema de liberação de dados ao público.

No projeto de lei que o Planalto prepara sobre acesso a informações públicas não há, em princípio, preocupação em criar um órgão que faça com que as diversas instâncias cumpram a determinação de divulgar seus documentos.


Fonte
Jornal Folha de S.Paulo edição de Domingo, 11/01/2009
Jornal Metro edição de Segunda-feira, 12/01/2009

Download do documento oficial citado na matéria acima
http://www.ufo.com.br/public/prato/ACE_3370.83.pdf

Vídeos complementares


O Caso Varginha: exibido no programa "Fantástico" (12/05/1996)


Operação Prato: exibido no programa "Linha Direta Mistério"

domingo, janeiro 11, 2009

Reencarnação na Bíblia – Parte II

Primeiramente gostaria de dizer que o meu intuito não é transformar ninguém em espírita ou em espiritualista e muito menos dizer que uma religião é melhor que a outra, longe disso. Acredito que a maioria das religiões busca a mesma coisa: a paz de espírito sobre a luz do Criador. Concordo plenamente que se temos a oportunidade de fazermos a diferença nessa vida, que façamos então. Não deixemos para a próxima.

Resolvi criar esse post devido ao tamanho da resposta ao post anterior Reencarnação na Bíblia, mais especificamente aos usuários anônimos do nono e décimo comentários.


A Existência de Deus

Quando o homem pré-histórico voltou seus olhos pela primeira vez para o céu noturno, repleto de estrelas, ou quando admirou a natureza exuberante que o cercava, ou ainda quando passou a descobrir-se como um ser de idéias e sentimentos, adentrou os domínios dos “mistérios” da Criação.

Iniciava-se, então, de modo extremamente primário, a formação da idéia acerca da existência de Deus. A partir daí, através de práticas as mais extravagantes, o homem tentou a comunicação com Deus, num processo que culminou com a própria humanização da divindade. O homem passou a conceber Deus à sua imagem e semelhança. Foi assim que se organizaram as mais diversas religiões.

“Há coisas que, de tão profundas,
só se sentem, não se descrevem”

Léon Denis


A Doutrina Espírita nos apresenta um conceito magnífico de Deus: a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. Mas a idéia vem enriquecida por alguns dos atributos da divindade, que revelam ao homem algumas de suas perfeições: Deus é eterno, único, imutável, imaterial, soberanamente justo e bom. É sobre este último atributo (da justiça divina) que se funda o princípio da reencarnação.

Se todos tendemos à perfeição, Deus nos proporciona os meios de consegui-la, com as provas da vida corpórea. É então que nos depuramos, submetendo-nos à prova de uma nova existência, condição necessária da evolução do Espírito, sem a qual permaneceríamos estacionários.

É o próprio Universo que oferece evidências materiais acerca da existência de Deus. Ora, “vede a obra e procurai o autor!”. Se o efeito que se vê é inteligente, sua causa só pode ser inteligente. O que não é obra do homem, só pode ser obra de um poder inteligente. Esse poder é Deus!


O Maior Mandamento

“Mas os fariseus, tendo sabido que Ele fizera calar os saduceus, se reuniram em conselho. E um deles, que era doutor da lei, para o tentar fez esta pergunta: Mestre, qual é o grande mandamento da lei? Respondeu Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante ao primeiro é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas” (Mateus, 22:34-40) Vejam também: Marcos, 12:28-34 e Lucas, 10:25-28.

Com esses dois mandamentos, o Mestre substituiu o Decálogo, isto é, os dez mandamentos de Moisés, pois quem ama a Deus sobre todas as coisas, a ele unicamente presta culto. E quem ama o próximo como a ti mesmo, honra seus pais, não mata, não adultera, não levanta falso testemunho, nem cobiça coisa alguma de quem quer que seja. Quem amo o próximo, deseja ao semelhante o que quer para si.

Do amor ao próximo, como a nós mesmos, nasce a caridade e esta reside no socorro que devemos prestar aos nossos irmãos pela nossa inteligência, pelo nosso coração, com bravura e humildade, para não lhes tornar penoso receber o auxílio material, moral ou intelectual que lhes dispensamos.

Como está implícito no amor de Deus, a prática da caridade para com o próximo, todos os deveres do homem podem ser resumidos na máxima que o Espiritismo humildemente prolifera: “Fora da caridade não há salvação”. Diferentemente de “Fora da igreja não há salvação”, ou “Fora do templo não há salvação”, ou até mesmo “Fora do centro não há salvação”. Pois tudo aquilo que se aprende em conceitos deve-se revelar, concretamente, na caridade das ações e pensamentos.


Conceito de Parábolas

Há dois mil anos, Jesus esteve conosco, trazendo lições para as multidões que o seguiam. Falou a seus discípulos, em certa ocasião: “Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis, por isso é que vos falo por parábolas. Mais tarde, porém, enviarvos-ei o Consolador, o Espírito da Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-los explicará todas” (Jo, 14 e Jo, 16)

O que é uma parábola? É uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior. A alegoria é a exposição de pensamento sob forma figurada.

A Doutrina Espírita vem trazer novos ensinamentos necessários ao nosso melhor entendimento sobre as lições em forma de parábolas que Jesus nos trouxe.

Jesus, sobre muitos os pontos se limitou a lançar o gérmen de verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas idéias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave.

Essas idéias não poderiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A ciência deveria contribuir poderosamente para o aparecimento e desenvolvimento dessas idéias. Era preciso dar tempo à ciência para progredir.


Respondendo as perguntas levantadas pelo internauta Anônimo

1.) Porque ao invés de Elias que apareceu a Jesus na transfiguração, não foi João Batista? Sendo essa sua última encarnação?

Dependendo do grau de elevação do espírito ele pode se manifestar com a aparência da encarnação que desejar. Acredito que ele apareceu dessa forma para não chocar os apóstolos presentes. Digo isso porque se você for parar para pensar, verá que tudo o que Jesus passou de informação para as pessoas e principalmente para os apóstolos, tudo era muito novo, tudo era novidade. Jesus derrubou essa idéia de um Deus vingativo, que pune pela eternidade, e apresentou aos homens um Deus de amor.

Imagine falar sobre reencarnação para um povo que apedrejava adulteras na rua ou que sacrificava animais para oferecer a Deus. Jesus sabia que não poderia falar abertamente sobre reencarnação antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano.


2.) Quando Elias estava para ser elevado numa carruagem de fogo, conforme nos mostra a Bíblia, Eliseu pediu que lhe desse porção dobrada do seu espírito. Como a Doutrina Espírita explica esse fato?

Você menciona “II Reis, 2:1-11”. Elias sabia que iria morrer, mas que primeiro deveria cumprir uma última missão. Em cada cidade que passava, juntamente com Eliseu, os filhos dos profetas daquela cidade vinham e falavam a Elias que o Senhor iria levá-lo.

Elias dizia que já sabia e pedia discrição, que ficassem calados. Quando chegou na cidade de Jordão, Elias abriu as águas (assim como Moisés) e no final da passagem Elias pergunta a Eliseu o que ele desejaria antes de sua partida. Eliseu responde: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim”, ou seja, Eliseu pede a Elias que ele tenha tanta fé, tanta proteção espiritual quanto Elias.

Eis que Elias responde que é muito difícil, mas que se Eliseu conseguir presenciar sua passagem para o mundo espiritual ele conseguiria. Enquanto caminhavam e conversavam, Eliseu visualiza o que na Bíblia está descrito como “Carruagem de fogo” e Elias desencarna.

No entendimento espírita o que deve ter havido foi um fenômeno de vidência do médium Eliseu que, incapaz, devido sua ignorância sobre os fenômenos mediúnicos, de entender a grande claridade que emanava do espírito Elias após sua desencarnação, a descreveu como uma carruagem de fogo. É completamente possível que Eliseu tenha visto Elias após a morte envolto em grande luz.


3.) Alguém pode descobrir quem fomos no passado? Porque aos outros apóstolos não foram revelados quem eles haviam animado outrora? E somente neste caso isolado?

Para descobrir quem foi no passado, basta consultar um profissional em “Terapia de Vidas Passadas” (TVP). Se tiver curiosidade, assista ao filme “Minha vida na outra vida”, você entenderá melhor como funciona.

O motivo que reencarnamos sem conhecimento da vida passada é justamente para não termos pré-conceitos sobre determinadas pessoas. Imagina você fazer uma regressão e descobrir que seu marido foi quem te matou na vida passada? Será que na vida atual, que você veio para mudar esse sentimento de mágoa, rancor, ódio que sentia por ele, você ao conhece-lo trataria ele normalmente, indiferente, com possibilidade de se relacionarem e se amarem? Ou você fugiria dessa pessoa? Ou até mesmo tentaria se vingar?

A TVP é indicada para tratamento de fobias.

Aos apóstolos nada foi revelado sobre suas vidas passadas porque não foi preciso. Diferente do caso de João Batista/Elias. No Antigo Testamento em Malaquias 4:5, informa o envio do profeta Elias a Terra, como precursor de Jesus. Elias era de fato esperado pelos Judeus como precursor do Cristo. A palavra Cristo significa “Ungido”. As palavras “Messias”, “Cristo” e “Ungido” são sinônimos.


4.) Na verdade o que a bíblia diz é que ouve uma semelhança entre o ministério profético de Elias e João Batista. Nada mais. Se a doutrina da reencarnação já existia na época (os fariseus por ex.) por que Jesus iria se limitar a falar?

Jesus se limitou a falar sobre reencarnação pelo mesmo motivo que uma criança no primário não aprende o que um universitário aprende. É preciso desenvolver aos pouco as noções de espiritualidade. Moisés apresentou ao seu povo dez mandamentos. Jesus, dois. Porque a lei de Moisés era tão rígida? Porque o ser humano precisava dessa rigidez naquela época. Imagina conter a agressão de um homem bruto, que resolve tudo com a espada, com ensinamentos de que ele deveria amar ao próximo.

Na época de Moisés foi preciso criar o céu e o inferno justamente para isso, fazer o homem temer a Deus, e conseguir faze-lo conviver pacificamente em sociedade. A idéia de ir para o inferno fazia tremer até mesmo o mais durão dos homens.


5.) No evangelho de João cap.9 v2 diz: mestre quem pecou este ou seus pais para que nascesse cego (referindo-se a um homem cego de nascença)? 1-Isso demonstra claramente que essa doutrina da reencarnação já existia (pregada pelos fariseus da época) e os discípulos de Jesus a conhecia como mostra a pergunta acima, feita a Jesus. 2- Jesus não poderia, de forma alguma, se limitar a falar dela caso a aceitasse. E ele teve uma grande oportunidade, já que os discípulos trataram do assunto. Mas, de uma forma clara, a negou dizendo: nem ele, nem seus pais pecaram, foi assim para que se manifeste nele a gloria de Deus. Os defensores desta doutrina sabem explicar o que Jesus quis dizer: "para que se manifestem nele a gloria de Deus"? Será que a gloria de Deus se manifestou quando Lazaro morreu?

Para o espirita, a glória de Deus se manifesta todos os dias. O nascimento do Sol todas as manhãs, o desabrochar de uma flor, o canto dos pássaros, o nascimento de uma criança e muitas outras coisas do nosso cotidiano que nem percebemos.

No caso do homem cego, se Jesus visse aí uma idéia falsa, teria dito “Como esse homem poderia pecar antes de nascer?”. Em lugar disso, disse que esse homem era cego, não foi porque haja pecado, mas a fim de que o poder de Deus brilhe nele; quer dizer, que deveria ser o instrumento de uma manifestação do poder de Deus. Se não era uma expiação do passado, era uma prova que deveria ser-lhe para o seu adiantamento, porque Deus, que é justo, não poderia lhe impor um sofrimento sem compensação.

Quanto aos meios empregados para curá-lo, é evidente que a espécie de lama feita com a saliva e terra não poderia ter virtude senão pela ação do fluido curador de que estava impregnada; assim é que as substâncias mais insignificantes: a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas sob a ação do fluido espiritual ou magnético, aos quais servem de veículo, ou, querendo-se, de reservatório.

Sobre a ressurreição de Lázaro, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já cheirava mal, o que é sinal de decomposição. Esta alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão. A morte só se verifica quando são atacados os órgãos essenciais à vida.

Dado o poder fluídico que Jesus possuía, nada de espantoso há em que esse fluido vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos em torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o espírito, prestes a abandoná-lo, uma vez que o laço perispirítico ainda se não rompera definitivamente. Para os homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo que deixara de respirar, o que aconteceu alí foi uma ressurreição.


6.) Por que Jesus se limitou a falar sobre a reencarnação em suas instruções aos discípulos? Ele, em Marcos 15, deu total prioridade à pregação do evangelho. Portanto, se Jesus concordasse com a reencarnação, seus discípulos teriam recebidos ensinamentos detalhados sobre a tal.

Como já respondido anteriormente, era preciso um amadurecimento espiritual por parte da humanidade, e não apenas dos discípulos. Da mesma maneira que uma criança entra na escola e é passado o conhecimento a ela aos poucos.

Quer ver, vou lhe dar uma exemplo... a 15 ou 20 anos atrás quando alguém lhe falasse em Acupuntura ou Homeopatia qual era a sua reação? Torcia o nariz, achava que ela tudo bobeira, ou até mesmo coisa de gente maluca. Não é verdade? E hoje? Hoje como o desenvolvimento do intelecto humano e da ciência, já aceitamos essas práticas como normais e importantes para o ser humano conhece-las e pratica-las. Agora a maioria das pessoas já entendem e usufruem do seus benefícios. Veja mais sobre isso aqui: http://aprendiz.uol.com.br/content/deweshedre.mmp


Jesus falou a seus discípulos em certa ocasião: “Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis, por isso é que vos falo por parábolas. Mais tarde, porém, enviarvos-ei o Consolador, o Espírito da Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-los explicará todas”
(Jo, 14 e Jo, 16)

E quem disse que os espíritas não seguem o evangelho de Jesus? Quando Jesus diz que devemos ser batizados e seguirmos o evangelho, isso de nada vai contra ao modelo de conduta que os espíritas devem praticar.

O batismo não santifica, mas simboliza uma vida de excessos que é deixada para trás, que está aceitando uma nova vida, assim como os espíritas fazem ao ter conhecimento da vida espiritual. Procuram melhorar e aprimorar-se na prática do bem e da caridade. Essa última não apensa material.

Assim como Maria Madalena fez. Se arrependeu de seus atos no passado e seguiu os ensinamento de Jesus. Mas em nenhuma passagem vimos ela sendo imergida nas águas para deixar para trás ou se arrepender de seus pecados. Jesus simplesmente diz: “vai-te, e não peques mais” (João 8:1-11).

terça-feira, janeiro 06, 2009

Ladrão diz que fantasma o impediu de fugir de casa

Após férias, casal malasiano encontrou assaltante desmaiado no chão. Ladrão afirmou que fantasma o manteve sem comida e água por 3 dias.

Após voltar das férias, um casal malasiano encontrou um ladrão de 26 anos desmaiado no chão de sua casa com fatiga e desidratação. O casal rapidamente chamou uma ambulância e, depois, comunicou o caso à polícia.

O assaltante disse à polícia que, depois que entrou na casa, sentiu como se estivesse em uma caverna. Ele contou que toda vez que tentava fugir da residência um espírito sobrenatural o jogava no chão.

O ladrão afirmou ainda que o suposto fantasma o manteve sem comida e água por três dias. O assaltante foi levado para o hospital Kemaman e já se recuperou totalmente a saúde, de acordo com o policial Abdul Marlik Hakim Johar.

Fonte
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL926168-6091,00

segunda-feira, janeiro 05, 2009

A Nasa edita fotos antes de divulgar?

A agência aeroespacial Norte Americana altera as fotografias do chamado Planeta Vermelho?

Sem poder dizer o porque, vou me limitar apenas a apresentar as evidências que norteiam esta desconfiança de muita gente - alguns inclusive envolvidos em pesquisas espaciais.


Aqui está uma foto em que vemos parte de um equipamento da sonda SPIRIT. Como podemos observar, a sonda spirit possui uma coisa parecida com um joystic acoplado nela onde podemos ver claramente algumas cores. A principal delas é o azul. Porém, quando vemos as fotos obtidas em Marte com a sonda Spirit e divulgadas pela NASA, cadê o tom azul?

Confira na imagem original, direto no site da NASA.

Foi a partir desta fotografia que as suspeitas de que a NASA estava alterando as fotografias de Marte para aparecer mais inóspito do que na verdade seria, surgiram.

As hipóteses sugerem que por alguma razão desconhecida, a NASA altera as imagens mudando os tons de azul para vermelho. Observe o céu. Ele é vermelho. Se atribuirmos uma taxa de correção de cor em que o azul vira vermelho, em tese seria possível fazer a operação inversa e mostrar como seria -de fato - uma foto tirada em Marte sem a tal adulteração. A adulteração seria -não sei se a única, mas talvez uma boa justificativa para que o quadrante verde no “joystic” se transforme em laranja. Isso porque o verde é uma combinação de azul e amarelo. Se mudar o componente cromático azul na imagem em vermelho, mais o tom amarelo teremos um tom laranja, o que supostamente aconteceu nesta imagem. Se isto for real, então todos os elementos verdes na imagem foram convertidos em laranja, e tudo que é azul foi mudado para vermelho.

A coisa começou a ficar mais e mais escabrosa quando algumas fotos apareceram em eventos patrocinados pela própria NASA e que mostravam imagens de Marte em tons levemente diferentes dos que estamos habituados a ver. (alguém teria dado mole e pegou imagens que não haviam ainda passado pela edição?) Observe o fundo desta apresentação da NASA feita pela Associated Press:


Estranho aquele céu azul ali, não?
Curiosamente, uma foto similar foi posteriormente disponibilizada pela NASA. Note a diferença:


Não é a mesma imagem, isso é óbvio, mas veja aquela montanha no horizonte. Dá pra ver que a sonda estava seguindo uma trajetória na mesma direção quando obteve as imagens e portanto, elas fazem parte de um mesmo pacote de imagens, tiradas com pouco tempo de diferença. Devido às condições de sombra nas pedras, podemos ver que não passou mais do que alguns minutos entre a imagem projetada no telão do evento e a imagem divulgada pela Agência Aeroespacial Norte Americana. Se isso estiver certo, este argumento demolirá todas as alegações de que a diferença cromática entre ambas é produto de um pôr-do-sol.

Estamos frente a frente a uma grande coincidência? Teria a imagem mostrada no telão sido descaracterizada por um projetor descalibrado?

Outro fator bem curioso quando falamos sobre a NASA e seus editores de imagem diz respeito ao grau de desfoque que aparece nas imagens deles. Um especialista em imagens e entusiasta de astronomia Keith Laney usou uma série de dados RAW fornecidos pela sonda para reproduzir em seu próprio estúdio as imagens enviadas pela sonda. Curiosamente, as imagens obtidas por Laney são incrívelmente mais detalhadas do que as divulgadas pela NASA.

Veja a imagem da NASA


Veja a imagem de Laney


Como explicar que um cara, civil, não ligado à organização consiga obter imagens de melhor qualidade que as do site oficial da NASA?

As hipóteses parecem apontar para uma tentativa de supressão de informações. Mas se isso for verdade, do que é que a NASA tem medo? Por que investir milhões de dólares em robôs e equipamentos ópticos sofisticados para alterar as cores e deixar as imagens menos nítidas?


Fonte
http://deldebbio.wordpress.com/2008/12/22/